sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Predestinação x Livre Arbítrio

 
 
             É impossível ler a perícope de Romanos 8. 24-30 sem levar em consideração a questão da predestinação x livre arbítrio.
            Esse tema é constante nos meios “evangélicos”, alvo de muitas críticas e discussões acaloradas para os que se encontram em ambos os lados. Uns defendem o livre arbítrio, acusando a predestinação de arrogância, pois como pode um homem dizer-se “escolhido de Deus” como se essa dádiva fosse dada única e exclusivamente para alguns e outros estivessem condenados. E então pensam:  Não! Definitivamente melhor é considerar que cada um possui responsabilidade sobre aquilo que faz e que se condenado o problema foi dele que não aceitou a Deus.
             Mas considerar isso também não é arrogância nossa? Pois quem somos nós para aceitarmos a Deus? Para tomarmos posse do que é nosso...e, o que é nosso realmente?    
Creio que a única afirmação que podemos fazer com relação ao que é nosso é: o amor de Deus.
             Sim, o amor de Deus é nosso! Mas não porque merecemos ou porque precisamos, pois o amor é dádiva, é doação do outro, não é mérito de quem o recebe. E a salvação de Deus é isto, é amor, é doação, é graça imerecida. Se a salvação fosse por merecimento já estaríamos sentindo em vida os pés queimando com um calorzinho vindo do inferno.

            Jesus, certa vez nos disse isso ao mencionar que procurou um único justo para morrer por nós e não encontrou ninguém e então se deu..., por amor.      
            Levemos em consideração alguns personagens bíblicos. Será que Jó teve escolha em não passar por tudo que passou? Ele teve livre arbítrio? Você pode estar argumentando que ele certamente poderia ter amaldiçoado Deus e morrido como propusera a esposa do mesmo. Mas isso o impediria de passar por todos os martírios pelo qual passou ou era uma permissão de Deus e quanto a isso Jó nada podia fazer? E Faraó, ele poderia ter poupado o povo hebreu sob o comando de Moisés? Ou, ao ter seu coração endurecido por Deus, o mesmo nada poderia fazer a não ser perseguir os escravos fugitivos? E quanto a Jonas, que ao ser chamado por Deus, tentou até fugir, mas de nada adiantou. Esses homens tiveram livre arbítrio? Agar teve livre arbítrio ao ser obrigada a se deitar com Abraão e depois ter que sair da presença de Sarai com seu filho nos braços? E quanto a Judas? Ele pode escolher não trair Jesus?
 
            Lembre-se que Cristo disse: Todavia, a mão do traidor está comigo à mesa. Porque o Filho do Homem, na verdade, vai segundo o que está determinado, mas ai daquele por intermédio de quem ele está sendo traído! (Luk 22:21-22 ARA).
 
           E disse também a Pedro: Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo!  Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos. (Luk 22:31-32 ARA)   E então...Pedro teve escolha em não negar Jesus ou isso era um plano de Deus para que o apóstolo entendesse o quanto era vulnerável e se entregasse verdadeiramente ao amor de Deus livre de arrogância?
 
             O que nos prende ao não entendimento das escrituras e a discussões vãs é manter-nos atados a dogmas, a designações que nada tem a ver com o amor do Senhor.   Temos dificuldades ao investigar do que o átomo é formado, como, pois, queremos ter a pretensão em saber o que se passa na mente de Deus, em que consistem seus planos?
             Nessa altura provavelmente deve estar pensado que este é um texto tendencioso em prol da predestinação. Não, não é! Este artigo não visa estigmas, pois só é possível “tentarmos” (haja vista, nossa pequinesa) compreender os planos de Deus mediante a “desdogmatização” doutrinária.
             Dizer isso é negar a predestinação ou o livre arbítrio? De forma alguma! Os dois existem e convivem juntos, um se realiza no outro.
            Tentemos somente por um momento trocar predestinação pelo sinônimo: prévia decisão, ou decisão prévia e ao que chamamos de livre arbítrio chamemos de: livre agência. Agora como nos ensinou Jesus, tomemos uma parábola para ilustrar essa questão.
 Imaginemos um cientista que faz experimentos com ramisters. Ele prepara uma caixa de vidro, estrutura essa caixa a fim de receber e acomodar os roedores imitando assim o mais verossímil possível seu habitat. E assim mediante um problema, uma pergunta inicial, começa seu experimento.
             Seus ramisters possuem livre agência naquele meio, podem decidir o que fazer e como fazer, mas não possuem nenhum domínio sobre qual será o desfecho da experiência. Eles nada podem fazer para sair da caixa de vidro. Podem correr, pular, nadar, dormir, conforme for o seu desejo...mas, no fundo estão literalmente na mão do cientista, pois vivem sobre a decisão prévia de quem os colocou ali, da resposta que o mesmo quer obter através deles; da problemática inicial que o motivou a colocar os roedores ali.
            Isso não é uma heresia contra Deus, mas simplesmente uma forma de ilustrar o que é no fundo a “pré-destinação” e o livre arbítrio. Vejamos a questão agora sobre o prisma teológico:
 
Assim como o cientista, Deus criou um habitat para nós, movido por um problema, uma questão inicial.  Que motivação foi essa, ou porque fez isso, não cabe a nós sabermos, pois somos simples roedores. Não temos intelecto suficiente para compreender a mente do cientista.
             Mas dentro da “nossa caixa” temos livre agência, podemos decidir sobre as coisas pertinentes aos homens, então nesse sentido, sim, temos livre arbítrio. O cientista nesse ponto observa seu experimento, toma nota das atitudes dos homens. Contudo, tais atitudes e decisões são motivadas por um problema inicial, algo que foi proposto por Deus e que só ele tem a resposta, pois o sair da caixa, depende única e exclusivamente do cientista e não dos ramisters. A isso se dá o nome de predestinação.
             No livro da vida está contido todo o pré-destino dos homens. Ele é o livro de anotações dos experimentos de Deus. Assim, tudo que fazemos na caixa já foi milimetricamente calculado, não há nada que o ramister faça que não esteja nas anotações do cientista, sendo a priori sabido por ele. E isso é fato!
            Os ramisters não estão ali porque mereceram estar, porque são melhores do que outros roedores, ou porque escolheram estar. Eles estão na caixa por conta do cientista e não deles mesmos; pois, nada são a não ser roedores.
Assim também somos nós. O texto de romanos 8 nos mostra que Deus nos escolheu previamente, o versículo 30 é direcionado como se falasse a cada um individualmente. Mas isso tudo só é possível porque Deus nos amou. Ele nos amou antes mesmo de nos criar, ele separou uma parte de si mesmo – Jesus – para nos resgatar, e tudo isso anteriormente a nossa existência. E porque tudo isso???? Por amor.
             Não importa se você deseja ou não ser amado, se merece ou não. O amor quando é dado é feito com ou sem o consentimento do ser amado e não há nada que se possa fazer para evitar esse amor. O amor é um presente que será dado à pessoa mesmo que ela não queira ou mereça receber, pois amor é doação. Pode-se até tentar ignorar o amor recebido, mas isso não muda o fato de que é amado.
           Portanto, deixemos de lado dogmatismos que só nos levam a discórdia e a nenhum entendimento. Paremos de discutir sobre qual roedor é melhor, se os com manchas marrons, ou os branquinhos, ou ainda os cinzas...isso para Deus não tem a mínima importância!
          Quando ele se deu, não derramou uma gota de sangue pelos presbiterianos, outra para os batistas e mais outra para os metodistas, católicos, judeus... Ele morreu pelos homens! Debater sobre “o que verdadeiramente é certo” se predestinação ou livre arbítrio, não nos levará a caminho algum, pois como podemos discutir sobre certezas se somos por essência errados?

            Devemos sempre nos lembrar de que somos ramisters. Não possuímos a mente apurada do cientista.

            O que devemos fazer é pregar o que verdadeiramente importa: o amor de Deus por nós!

            E que a vontade do cientista, conforme está escrito em suas anotações seja feita e se cumpra em nossas vidas.

           

Em Cristo,
 
Renata.

 

4 comentários:

  1. deixar de discutir esse assunto é o mesmo que desistir das coisas de Deus. pois tanto livre arbítrio como a predestinação existe, e um não contradiz o outro o que falta é espiritualidade suficiente, no homem para entender estas coisas, pois o homem natural não aceita as coisas de Deus, mas o homem espiritual perscruta até mesmo as profundezas de Deus porque nele está a mente do Senhor.1 cor,2 enquanto o homem não procurar sabedoria em Deus, para honrar o próprio Deus, ele vai ficar atrofiado na sabedoria do mundo a qual se reduz a nada, e só serve para própria destruição do homem. Quanto, a predestinação, Deus predestinou seu povo, e, deu o livre arbítrio ao homem no qual é revelado a justiça de Deus, pois DEUS SERIA INJUSTO se ele não tivesse dado o livre arbítrio ao homem, quando alguém fala em predestinação e livre arbítrio , pelo fato de não ter quem explique esse mistério,começa aí um debate sem conclusão nem uma, simplesmente pelo fato de estarmos diante da sabedoria de Deus, e não dos homens, não existe Universidade no mundo capaz de capacitar alguém para fazer a obra de Deus, não se deixe iludir com esse tipo de sabedoria, busque em Deus e você terá, quanto a conclusão do assunto eu tenho na bíblia e posso passar pra ti por meio de comunicação. Telefone-61-8485-9221 Raimundo

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  2. primeiro, o que eu tenho recebido de Deus, não foi preciso eu buscar em outras fontes de informações até orque eu busco entendimento para minha salvação e a de outros, entender o que o homem fez durante o tempo decorrente não me ajuda em nada no que se diz respeito a minha salvação, eu não quero ser sábio, mas quero me salvar, e para minha e sua salvação temos que aprender exclusivamente de Deus, pois ele diz; Eu vos escrevi excelentes coisas a cerca de conselho e conhecimento para mostrar-te a certeza das palavras da verdade a fim de que possa responder claramente aos que te enviarem , o que eu quero dizer, é que o que está escrito na bíblia é o suficiente para salvação do homem e não precisamos nem de historia e nem de costumes humanos para nossa salvação, por isso Deus tem a sabedoria do homem como loucura diante dele, ou seja, a sabedoria do homem não tem valor diante de Deus, mas para o mundo, é o maciemo que uma pessoa pode ter por isso ele diz; o que se faz amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus, pois ele apanha os sábios na própria astucia deles, vamos pro céu, vamos juntos ler a bíblia, somente a bíblia.

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  3. Amado irmão Gama Ribeiro,
    O que você escreveu não foi nada além do que eu disse no texto acima.
    Abraços.

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