Ao organizar meu Hd acabei por me deparar com estas belíssimas palavras do querido Mestre Dr. José Roberto Cristofani. Palavras, às quais, compartilho com vocês.
Em Cristo,
Renata.
Olhar para uma criança é
contemplar uma dádiva. Bênção gestada carinhosa e cuidadosamente. A substância
ainda informe e já pulsava a vida no seu milagre mais pleno. Lá, no recôndito
das câmaras mais profundas de um ventre, gesta oculta a vida envolta em
mistérios.
Nada se sabe ainda do pequeno
ser. Nada se conhece ainda da forma embrionária desta criança. Contudo, pelas
vias do amor chegam ao coração dos pais às boas novas da vida. Brotam sorrisos
de alegria e esperança. E a face iluminada dos pais nos serve de janela para o mundo
aquoso e quente onde a brota a vida-bênção.
Não há em nós entendimento que
seja capaz de captar o maravilhoso início da vida. Nada em nós que possa
compreender o espantoso vicejar da vida.
Por isso, olhar para uma criança
é contemplar uma dádiva. E aceitá-la sem necessidade de compreendê-la.
Olhar para uma criança é ver um
elo. Não digo um elo de corrente.
Digo, sim, um elo umbilical. O
cordão que se estende, primeiro, de ventre a ventre, da mãe para a criança e
vice e versa. Nutrientes, sangue, vitaminas e tudo o que a vida precisa escorre
pelo cordão. Um fluxo constante de ida e volta.
Estende-se o cordão, também,
desde as profundezas mais remotas do Universo à criança que da mesma substância
é formada. Elo que a liga ao insondável cosmo e ao mesmo tempo a todas as
gerações da humanidade. Cordão umbilical que tem sua outra ponta nas mãos do Criador,
o autor da vida.
Estende-se o cordão, ainda, como
um elo que jamais será cortado. Um elo indestrutível entre seus pais. Uma
ligação tão profunda e forte que, em tempo algum, deixará de povoar as
lembranças e memórias de todos eles.
Ademais, elo se estende por sobre
toda a família. Umbilicalmente liga casa paterna e casa materna, avós e avôs,
tios e tias e toda a parentela. E todos, como família, se sabem
unidos pela força do laço-elo que é essa criança.
Olhar uma criança é ver um elo. E
vivê-lo intensa e harmoniosamente.
Olhar para uma criança é vislumbrar
esperança. A esperança flui nos sonhos de todos nós que fruímos da presença
desta criança. Alimenta-nos de desejos fraternos. Nutre-nos de anseios
maternos. Eleva nossos corações aos picos altaneiros da gratuidade. Cobre nossa
mente com o manto da sinceridade. Desfralda sobre nossa emoção as velas em
sota-vento da confiança, da serenidade, da pureza, da entrega.
A esperança é a fé daquele que
ainda não vê o porto, mas sabe que em algum lugar daquele vasto horizonte
existe terra firme. Terra-mãe que acolhe com bendições seus rebentos. Rejubila
em reencontrar aquelas pessoas que semeiam, às mãos cheias, a paz nos olhos
lacrimejantes, o consolo no coração desesperado, a alegria na alma tristonha, a
força aos alquebrados, alento aos desvalidos, a esperança a todos eles.
Olhar uma criança é vislumbrar
esperança. E acalentá-la sempre de novo.
Olhar para uma criança é olhar
para dádiva, elo e esperança. E isto está bem de acordo com o propósito da
existência humana: ser a imagem e semelhança do seu Criador.
Olhar para uma criança é
contemplar a imagem de Deus!
Amém.
Rev. Dr. José
Roberto Cristofani, Pastor da Igreja Presbiteriana Independente, Doutor em
Bíblia e Educador.
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